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A suplementação de probióticos e o exercício físico

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 A suplementação de probióticos e o exercício físico

A microbiota intestinal (MI) está envolvida em diversas funções metabólicas fundamentais ao hospedeiro, como a produção e absorção de nutrientes, modulação de processos inflamatórios e regulação do sistema imunológico. Recentemente foi sugerida uma influência bidirecional entre a MI e o metabolismo dos músculos, sendo essa via chamada de “eixo intestino-músculo”.

Estudos científicos discutem a possibilidade do exercício físico gerar mudanças na composição da MI que, a depender da intensidade do treinamento, parece reduzir marcadores inflamatórios circulantes no sangue (como o lipopolissacarídeo, que é um componente da membrana de bactérias gram-negativas com potencial pró-inflamatório) e participar da manutenção da massa e função muscular. Assim, pesquisas a respeito do potencial benéfico da suplementação de probióticos por indivíduos fisicamente ativos vêm ganhando destaque na área esportiva.

Inúmeros estudos demonstram que a prática de exercícios físicos de alta intensidade (como é o caso dos atletas) aumenta a produção de espécies reativas de oxigênio (radicais livres) e desencadeia uma resposta inflamatória que interfere negativamente nos sistemas imunológico e gastrointestinal desses indivíduos. Em contrapartida, determinadas cepas probióticas apresentam potencial anti-inflamatório e podem proporcionar benefícios sobre esses sistemas.

Uma revisão sistemática buscou avaliar possíveis benefícios do uso de probióticos por indivíduos fisicamente ativos, que podem sofrer com sintomas indesejados por conta de uma queda de imunidade e aumento de permeabilidade intestinal quando submetidos a exercícios de moderada a alta intensidade. Foi concluído que cepas probióticas (principalmente dos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium) parecem reduzir quadros de infecções do trato respiratório, melhorar marcadores imunológicos e controlar sintomas gastrointestinais, o que pode melhorar a qualidade de vida e performance dos praticantes de exercícios físicos.

Para avaliar uma possível influência da suplementação probiótica sobre a recuperação muscular e desempenho esportivo após uma sessão de treinamento intenso, 29 homens com pelo menos 3 meses de treinamento recreativo participaram de um projeto de pesquisa cruzado e controlado por dieta. Inicialmente, os participantes receberam suplementação com 20 gramas de caseína por 14 dias. Após uma semana sem suplementações, os participantes receberam a mesma suplementação proteica da primeira fase acrescida de 1 bilhão de UFC de cepas de Bacillus coagulans GBI-30 6086 por mais 14 dias. Após os dois períodos de intervenção, os participantes realizaram uma sessão de exercícios seguida da aferição de marcadores de interesse (creatina quinase e nitrogênio ureico no sangue, espessura muscular, potência anaeróbica, força muscular, recuperação percebida e dor muscular). Através da comparação dos resultados coletados, os autores descreveram que a suplementação com o probiótico possivelmente exerceu influência sobre a melhora da recuperação percebida em 24 e 72 horas, redução do dano e da dor muscular e otimização do desempenho esportivo.

A MI parece exercer influência sobre a qualidade de vida e índices de desempenho e recuperação após a prática de exercícios físicos. Assim, se sugere que a suplementação com probióticos atue como uma estratégia para modulação do microbioma intestinal, promoção da saúde e adaptação ao exercício e ao desempenho de atletas e esportistas.

Referências

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