Saúde de dentro para fora
Os probióticos são micro-organismos vivos (bactérias e leveduras de diferentes espécies) que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem algum benefício para a saúde (FAO/WHO, 2002; HILL et al, 2014).
Existe grande diversidade de bactérias probióticas, cada uma com características distintas, e vias de ação diferentes e específicas. A escolha das espécies e linhagens adequadas, assim como suas respectivas dosagens, é fundamental para a eficácia da terapia com probióticos.
Que doenças os probióticos ajudam a tratar?
Doenças frequentemente são resultantes de desordens bioquímicas. Acontece que a bioquímica é condicionada pelos genes e o nosso microbioma contém muito mais genes que apenas os humanos.
De maneira geral, os probióticos ajudam a tratar doenças correlacionadas às disbioses:
- Doenças inflamatórias
- Doenças autoimunes
- Doenças metabólicas
- Doenças crônicas
- Doenças neoplásicas
- Doenças neurodegenerativas.
Disbiose
A disbiose é um desequilíbro, afastamento ou diferenciação da configuração microbiana associada ao estado de saúde (normobiose). Enquanto o estado de normobiose caracteriza-se por uma configuração em que os percentuais de abundância relativa dos microrganismos estão dentro da respectiva faixa saudável, a disbiose acontece quando a proporção de um ou mais destes microrganismos situa-se fora desta faixa.
Geralmente, a disbiose se manifesta por:
• expansão de patobiontes;
• diversidade reduzida;
• redução de bactérias benéficas.
É importante lembrar que bactérias benéficas podem tornar-se patogênicas quando seu nível excede os valores de referência (limítrofes). Vale ressaltar ainda que a disbiose é um termo genérico e que, frequentemente, um mesmo paciente apresenta disbioses diversas.
Vias de ação
O mecanismo de ação básico dos probióticos é a competição entre microrganismos benéficos e patogênicos, mas os efeitos no microbioma humano são inúmeros.
Competição por nutrição
Quanto mais substratos os probióticos consomem, menos alimento sobra para bactérias patogênicas.
Bioconversão
Através da fermentação, os probióticos convertem sacarídeos e fibras em ácido lático, tornando o ambiente intestinal inóspito para bactérias patogênicas. As bactérias benéficas alteram a concentração de diversos metabólitos como a colina, o acetato e o álcool e produzem diversas enzimas indispensáveis para o funcionamento adequado de diversos processos metabólicos.
Produção de substratos
Os probióticos servem produzem ou servem como nutrientes para outras bactérias benéficas. Em especial, destaca-se sua capacidade de produzir naturalmente vitaminas que o corpo precisa, como a B e a K.
Antagonismo direto
Peptídeos como a enterocina, carnocinina, lactocina e reutericina combatem bactérias patogênicas, além de produzir ácidos graxos de cadeia curta, como o peróxido de hidrogênio e o óxido nítrico.
Exclusão competitiva
Bactérias probióticas aderem à superfície dos tecidos, bloqueando o acesso de outras bactérias ao epitélio. Com os espaços ocupados, as patogênicas têm mais dificuldade para colonizar o hospedeiro.
Reforço da impermeabilidade intestinal
O aumento da impermeabilidade do intestino impede que os patógenos se desloquem para a corrente sanguínea.
Modulação do sistema imune
O microbioma tem papel relevante na atividade das interleucinas, contribuindo para evitar respostas insuficientes (baixa imunidade) ou exageradas (doenças autoimunes).
Redução da inflamação
O microbioma influencia diretamente a produção de citocinas e proteínas C-Reativas, ligadas aos processos inflamatórios. Como descoberto recentemente, diversos problemas de saúde como a artrite, alguns tipos de câncer, doenças autoimunes ou síndrome do intestino irritável têm origem em processos inflamatórios que começam muito antes de aparecerem os primeiros sintomas químicos.
O que são prebióticos
Os prebióticos funcionam como alimento para as bactérias benéficas da nossa flora intestinal e para os probióticos que ingerimos.
“Prebióticos são ingredientes nutricionais não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro estimulando seletivamente o crescimento e atividade de uma ou mais bactérias benéficas do cólon, melhorando a saúde do seu hospedeiro”
Gibson & Roberfroid, J. Nut, 1995.
Principais efeitos prebióticos:
- defesa contra patógenos
- modulação imune
- absorção mineral
- função intestinal
- efeitos metabólicos (como redução do “açúcar” do sangue)
- melhora do controle do apetite
Ao serem fermentadas por bactérias da microbiota intestinal e produzirem metabólitos como os ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs) benéficos à saúde, as fibras prebióticas são capazes de modular a microbiota intestinal.
O propionato, um dos AGCCs produzidos por esta fermentação, tem capacidade de estimular a secreção de peptídeos intestinais, como o peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1) e o peptídeo YY (PYY), muito envolvidos no metabolismo da glicose, na regulação do apetite e na redução da inflamação.
Características gerais dos prebióticos
- Não devem ser metabolizados ou absorvidos durante a sua passagem pelo trato digestivo superior;
- Devem servir como substrato a uma ou mais bactérias intestinais benéficas, estimulando-as a crescer e/ou tornarem-se metabolicamente ativas;
- Possuem a capacidade de alterar a microflora intestinal de maneira favorável à saúde do hospedeiro;
- Devem induzir efeitos benéficos sistêmicos no lúmen intestinal do hospedeiro.
Tipos de prebióticos (inulina x polidextrose)
A inulina e a polidextrose são importantes e conhecidas fibras prebióticas. Mas qual a diferença entre elas?
Inulina
A inulina desempenha importante papel como substrato alimentar das bactérias intestinais benéficas.
Essa fibra prebiótica é naturalmente encontrada em alguns vegetais como cebola, alho, bardana, chicória e trigo.
Além de cultivar a flora intestinal saudável, a inulina também pode ser usada para contribuir na redução dos níveis de triglicerídeos, na suavização da colite e da síndrome do intestino irritável.
Ela aumenta a absorção de cálcio, magnésio e outros nutrientes pelo do intestino, ajudando no tratamento da síndrome de má absorção, em casos de crises de diarreia, além de contribuir para a complementação do tratamento da osteoporose na menopausa.
Polidextrose
O Litesse®
A BIOSTATER trabalha com a polidextrose mais pura do mercado, o Litesse®. Por não ser metabolizado pelo corpo, ele contribui com um valor energético de apenas uma quilocaloria por grama (1 kcal / g). Essa fibra prebiótica estimula seletivamente o crescimento de bactérias benéficas, como bifidobactérias e lactobacilos, ajudando a melhorar a saúde digestiva. O Litesse® também é indicado para suavização de quadros de diarreia e, em conjunto com a cepa probiótica Bifido lactis B420, ajuda no gerenciamento de peso.
Estudos apontam ainda que a polidextrose Litesse® proporciona inúmeros benefícios ao cólon, podendo desempenhar um papel na redução do risco de câncer nessa região:
- melhora a fermentação sacarolítica (carboidratos), reduzindo seu pH;
- promove a geração de ácidos graxos de cadeia curta, incluindo ácidos propiônicos e butíricos, especificamente benéficos à saúde do órgão;
- melhora a absorção de minerais do cólon.